As “mulheres de Conforto “. Uso de violência sexual como estrategias em conflitos armados. Japão e a guerra contra a Coreia.

Uma pesquisa de Graduação em RI,  orientanda pelo Prof. Rafael Salatini de Almeida/UNESP, campus de Marília   abordando  um dos  temas mais controversos : o  uso de violência sexual durante os conflitos armados.

Trata-se do TCC de Ariel  da Sila Parrilha  que tivemos o prazer de participar em 15 de outubro de 2019. .

Tratou-se de uma tema ainda em crise política e internacional. Foi o efeito da  ocupação  da Coreia pelos japoneses ( 1910 – 1945) promovendo uma  violenta exploração da população. Com uma politica assimilacionista infringiu uma guerra politica e de assimilação da cultura coreanas pela japonesa. Um dos crimes mais  graves foi utilizar as mulheres e meninas coreanas  nas ” estacões de conforto” : especie de prostíbulos para uso dos soldados japoneses, sediados nas bases militares.  Após a guerra  as denuncias  desse tipo de crimes hodiernos nos territórios ocupados ainda não tiveram a solução de política adequada..

A matéria da FOLHA de SP de 01/04/2017, “Coreanas expõem ferida que Japão deixou”., nos permite  avaliar os danos deixados  .

As mulheres coreanas, as ” Damas de Conforto”  ainda vivas e octogenárias exigem  ” desculpas de joelhos do premiê japonês”, evocando o famoso gesto de arrependimento feito em Auschwitz  pelo chanceler da Alemanha, Willy Brandt em 1970.

Ver matéria  https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0104200707.htm

O ” Amor Romântico” perpétua as relações desiguais entre Homens e Mulheres

O antropólogo catalão Jordi Roca, da Universidad Rovira i Virgili coloca relevantes reflexões sobre  a presença do ” amor romântico” que tem perpetuado as relações desiguais entre homens e mulheres  e dos estereótipos da livre eleição dos conjunges ,  e principalmente das suas manifestações extremas de microviolências: Ele conclui ” son los amores que matan”…

LANZA Diario de la  Mancha de 17/10/2019

A Russia descriminaliza certas formas de Violência Domestica : fevereiro de 2017

Na Rússia, milhares de mulheres são assassinadas todos os anos por seus maridos e companheiros. Mesmo assim, em fevereiro de 2017, o governo russo descriminalizou certas formas de violência doméstica,

Documentário ” A Guerra contra as mulheres Russas” trata justamente da violência domestica  . Relatos de varias mulheres que conseguiram fugir e procurar ajuda  nos poucos Abrigos que existem  evidenciam a fragilidade e vulnerabilidade que se encontram.as . O presidente Putin, eleito com a provação de 75% dos votos encabeçou a proposta de lei  colocando centenas de mulheres e crianças na condição de sobreviventes, após atos de extrema crueldade por parte dos maridos. A frase ” Ele te bate significa que Ele te ama”  evidencia a logica do machismo violento existente no país. As mulheres estão vulneráveis diante da justiça  que  não lhes dão apoio. Lamentável situação!!!

Assistam no C anal PHILOS/ NOW ou no GloboPlay.

A imagem pode conter: céu e atividades ao ar livre

Expressões como ” tomara que caia”, “baby doll”, “wife beater ” no mundo fashion!!!

Comportamentos femininos, modas   à serviço do desejo masculino , identificam a presença de  relações assimétricas de poder e gênero( Carol Barreto/UFB).

O uso de pelas de vestuário que ganharam notoriedade como : baby doll( sexualizar a imagem infantil da mulher),  vestido strapless ( que surgiu  em 1946/Balencianga – tomara que caia,  denotava que a peça poderia cair no colo/caicai) , o sapato fuck me pumps ( escarpin de salto alto e bico fin que empina o bumbum da mulher) são recursos da moda para que um homem repare mais nas mulheres? Há uma especie de adestramento social  das mulheres para existir, sexualizar-se  , porém , são  também   das estrategias de poder masculino. A moda reforça essas relações…

Ver matéria JC/Bauru-  Caderno SER “Machismo do mundo fashion”

https://www.jcnet.com.br/noticias/ser/2019/09/695875-machismo–do-mundo——fashion.html

 

Como enfrentar o silêncio dos homens e a masculinidade toxica ?

Uma pesquisa  do Portal  Papo de Homens  reuniu mais de 20 mil pessoas  abordando um dos temas mais polêmicos de nossa sociedade:  a exacerbação da masculinidade que agride, impõe-se pela força  e fala unica e mata.

O Documentário ” O Silêncio dos Homens'” evidencia como a atual  formação dos jovens precisa ser repensada para que possam assumir relações outras: mais afetivas e atenta a existência de diferenças entre as pessoas.

A masculinidade toxica é o resultado de uma formação repleta de mitos sobre o que significa ser homem?

 

Masculinidades , Colonialidade e Neoliberalismo ”. ENTREVISTA COM RAEWYN CONNEL.

A socióloga australiana Raewyn CONNELL é uma referencia,( a partir dos anos 80)   nos  estudos da masculinidade, em torno do conceito da “masculinidade hegemônica”  Sua primeira formulação teórica  foi em um artigo de 1985 (CARRIGAN; CONNELL; LEE, Towards oesse conceito (Masculinities, 1995/2005. Retoma a conceituação em Masculinities, 1995/2005; Hegemonic Masculinity: Rethinking the Concept, 2005 – Masculinidades, 1995/2005;   Em 2005, Connell,  repensa o conceito  relacionando com os novos temas como a saúde, a sexualidade, a colonialidade (“Southern Theory” – Teoria do Sul, de 2007) e a globalização (“Gender: in world perspective” – Gênero: uma perspectiva global, de 2009).

Sua contribuição é relevante para ” analisar os processos de hierarquização, normatização e marginalização das masculinidades, impostas para algumas categorias de homens, através de um trabalho sobre eles mesmos e sobre os outros, sua dominação às mulheres, mas também à outras categorias de homens”.

“Masculinidades, Colonialidade e Neoliberalismo”. Entrevista com Raewyn Connel.

Mulheres Filosofas: entraves na formação e a sub representação na área

Em 2016,  a filosofa e pesquisadora Carolina Araújo do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais / UFRJ  realizou pesquisa  e  demonstrou que  a “presença feminina  nos cursos de pós graduação em Filosofia do país era de 27% entre os discentes e 21% entre docentes”( Pesquisa/FAPESP, agosto/2019, pg. 89.) .

A pergunta se coloca: por que são poucas as mulheres que faz a opção  pela Graduação em Filosofia, ou prosseguem sua formação  na Pós Graduação? A resposta é imediata: a filosofia é uma carreira  eminentemente acadêmica  e os padrões de acesso e sucesso profissional são desanimadores. Hoje da FFLCH/USP os professores na ativa são de 33 homens e 2 mulheres.

Há o reconhecimento que os homens tem o dobro de oportunidades de alcançar o topo da carreira profissional. “A área é preferencialmente masculina em uma cultura machista”, ressalta  Carolina  Araujo .https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/08/07/pensadoras-ocultas/

Percepção da Sociedade sobre Trafego de Mulheres – Associação de Mulheres pela Paz, 2014

Síntese  de uma Pesquisa nacional inédita que nos  revela a  percepção e conhecimento da sociedade sobre o tráfico de mulhere. O Projeto foi   aprovado por  emenda parlamentar de 2014, de Luiza Erundina de Sousa, deputada federal/SP e viabilizada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do Ministério da Justiça. Recebeu apoio da  Fundação Ford e PWAG (Suíça).

A parceria nacional, como nos anos anteriores em que a entidade levou a cabo, Brasil afora, seminários e painéis sobre o tema, continua a ser com a Rede Mulher de Educação, União de Mulheres de São Paulo, Geledés Instituto da Mulher Negra e Elas por Elas Vozes e Ações das Mulheres.Publicação organizada por Vera Vieira e Clara Charf  e síntese sobre o tama Trafego de Mulheres,  de uma pesquisa .

Livro disponibilizado em PDF;

Pesquisa nacional inédita revela percepção e conhecimento da sociedade sobre o tráfico de mulheres

http://www.mulherespaz.org.br/wp-content/uploads/LIVRO-COMPLETO.pdf

Guia técnico sobre pessoas transexuais, travestis e demais transgênero – 2012

ORIENTAÇÕES SOBRE IDENTIDADE DE GÊNERO: CONCEITOS E TERMOS

Uma relevante publicação ( 2012) da psicologa  Jaqueline Gomes de Jesus,formada  pela UNB e ativista que  aborda os avanços da visibilidade e dos direitos trans sem deixar de evidenciar os desafios ainda enfrentados por essa população na realidade brasileira.

Trata-se de um GUIA conceitual para a compreensão : Transgener(al)idades ; Gênero e Orientação Sexual: um esclarecimento;
Pessoas transexuais;As travestis ;.;Drag queen/king, transformista.A coragem de ser quem se é.

Também se preocupa de oferecer subsídios para  a compreensão de:Símbolos ;Datas  Estratégicas ;Termos inclusivos  com um  Glossário de termos .

A síntese do seu pensamento se coloca: Pare de, sem perceber, misturar pronomes e usar termos preconceituosos
e ajude milhares de pessoas a viver em uma vida sem violência!

Resultado de imagem para GUia jaqueline Gomes de jesus