A partir de uma dimensão da cultura, a palavra fronteira desvencilha-se da ideia de limite territorial definido, a priori, como algo fixo para o delineamento de limites. Liberada desse comprometimento, ela pode ser pensada em outras dimensões: como momentos de transição de identidades vivenciados pelos indivíduos, no caso as mulheres, frente às normas estabelecidas.
Questionando o discurso determinante e conectadas a processos de mudanças, elas saíram das margens em que viviam e buscaram reconhecimento de si, fizeram novas escolhas identitárias e assumiram outras possibilidades de ser, de inserção social, associadas à garantia de seus direitos. Reconhecendo a existência desse movimento, proponho um olhar fronteiriço sobre a inserção de mulheres na condição de viuvez, de modo a observar as múltiplas identidades femininas em seus protagonismos.
A presente reflexão pretende levar em consideração os esgarçamentos sociais para além dos limites e sentidos impostos – no caso, a viuvez –, dilatar as fronteiras de seus significados e pensar na possibilidade de sujeitos híbridos, diferenciados, sendo, portanto, móveis e se deslocando a todo momento em uma performance contínua de atuação, como bem têm demonstrado os estudos contemporâneos sobre as relações de gênero que levam em consideração as distinções de raça, de classe, de etnia e, principalmente, de gerações.
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