Unesp fortalece enfrentamento a violências na universidade ao criar política institucional, que constitui comissão de acolhimento e define formas de violência.
“A Unesp formalizou a criação de uma política institucional para o enfrentamento de diversas manifestações de violência que podem atingir a comunidade universitária, com o objetivo de proteger estudantes, docentes, servidores técnico-administrativos e demais colaboradores ou participantes das atividades universitárias de discriminação e assédio realizados dentro da Universidade”, segundo notícia.
De acordo com a matéria, entre as ações previstas na portaria está a criação de uma Comissão Central de Acolhimento, que tem como objetivo ouvir a pessoa vítima e buscar caminhos possíveis para ajudá-la. De fato, o surgimento dessa iniciativa traz visibilidade à problemática e traça caminhos concretos de mudança para o acolhimento das vítimas.
A professora Ana Maria Klein, que participou de uma das atividades de extensão do LIEG e é assessora da Coordenadoria (Caadi), afirma: “Na universidade, coletivos, pesquisas, aulas, debates, cursos dentre outras atividades têm contribuído para que estas violências sejam reconhecidas e enfrentadas como tais. Todas estas ações, que já vêm acontecendo na universidade, são agora consolidadas como uma política institucional”.
De acordo com pesquisa do jornal Distintas Latitudes (2019), realizada em 100 universidades da América Latina, 60% dessas instituições de ensino superior carecem de políticas para lidar com denúncias de assédio sexual. É nesse sentido que a UNESP, com as iniciativas, começa a de fato enfrentar o problema da violência de gênero e sexual nos seus espaços de ensino. Segundo Claudia Maria de Lima, ouvidora geral da Unesp: “A instituição da política dará mais força à Ouvidoria de Serviços Públicos da Unesp, não só à Ouvidoria Geral. Uma vez que as ações são padronizadas e coordenadas pela Ouvidoria Geral, todas as ouvidorias devem agir na direção mudar uma cultura de violências presente nas relações da sociedade brasileira”.
Podemos afirmar que estamos observando um avanço na tentativa de mobilização e enfrentamento da violência na UNESP. Dentro da universidade as mudanças ocorrem como consequência da mobilização dos diversos setores. É nesse sentido que o trabalho de pesquisadores, docente e estudantes, com o objetivo de tornar a violência tangível, balançou as estruturas institucionais e trilhou o caminho para a instauração dessa política de escuta feminista.