Após assistir o seriado Freud, lançado pela NETFLIX, nessa semana, fiquei intricada com a proposta: o psicanalista, ainda nos primórdios de sua carreira, na Viena de 1886, assume um protagonismo como medico neurologista e também perito em desvendar crimes sexuais através de sua intuição e experiência com a hipnose associada a busca de razões no inconsciente. Para ele cada um vivia com conflito com uma força interna que os movia e os faia agir através de comportamentos “ irracionais”. Como pacientes eram tratados como loucos pela Academia Médica, vienense.
O psicanalista enfrenta um contexto de conspiração, de disputas políticas e da febre nacionalista durante o período do Império Austro –Húngaro que existiu entre 1867 a 1918, quando sucumbiu diante das forças da 1ª Grande Guerra. ,
Freud , diante dos assassinatos sexuais, conspiração palaciana e de cerimônias satânicas, entendidas como um misto de ciência, feitiçaria, ocultismo e práticas tenebrosas de aliciamento , sai em busca de entendimento e explicação para os inúmeros crimes. Nesse momento a sociedade vienense, principalmente a aristocracia falida e uma burguesia em ascensão estavam “ tão concentradas na introspecção que não soube antever a I Guerra Mundial, nem a irrupção do nacionalismo, nem a miséria do povo que a rodeava”( Roudinesco, 2015)
Para compreender um pouco mais sobre a figura do Pai da Psicanálise, busquei as biografias publicadas. Entre algumas com controversas discussões sobre a personalidade do médico e seus vícios, encontrei a obra da psicanalista e historiadora Elizabeth Roudinesco, também professora na École Pratique des Hautes Études. Ela foi responsável por escrever o roteiro, para a televisão, do documentário Sigmund Freud, a invenção da psicanálise (com E. Kapnist, 1977), exibido no Brasil pela GNT.