I Congresso Nacional a Mulher e o Mundo do Trabalho. UNESP – Marília , 16 -19 março de 2020

 

O “I Congresso Nacional a Mulher e o Mundo do Trabalho: os desafios da mulher no contexto histórico atual” objetiva reforçar o debate intelectual entre academia e sociedade em torno da temática da condição social da mulher e seu papel enquanto sujeito social ativo em diferentes áreas de interesse, como a acadêmica, política, jurídica e feminista.

O Congresso é organizado pelo Grupo de Pesquisa Cultura e Política do Mundo do Trabalho (CNPq) e pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (CAPES) da UNESP-FFC.

O  evento se desenvolve em torno de temas  relevantes  na área das Humanidades e afins, problematizando o mundo moderno na atualidade e suas tantas contradições.

O formato será constituído por mesas de apresentação de trabalhos e debate público com mulheres especialistas nas temáticas, acadêmicos, professores e movimentos sociai

 

 

 

 

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Bulling, pratica de violência interpessoal na Graduação e Residencias medicas: relação de poder e opressão

Pesquisas recentes tem evidenciado a presença de praticas de violência de Gênero com diversos recortes e interconexões de raça, classe, sexualidade.

Uma tema que veio à tona foi o ” Bullying”,. nos curso de Graduação e  Residencias medicas em nossas Universidade. 

As ações mais comuns diagnosticadas foi: o assedio verbal ( 80%) e o assedio sexual( 5,3%) causando esgotamentos, depressão e quando mais radical,  a evasão escolar.

As tensões e os casos de violência interpessoal  e de assedio sexual na Academia vem sendo divulgados por pesquisas –  como a  que o Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero  /LIEG- UNESP   desenvolveu abordando a temática Sobrevivência(s) e  violência de gênero no espaço acadêmico:  avanços, ambiguidades e  perspectivas( 2017-2019).  Essa pesquisa demonstrou a presença de trotes violentos, apesar da proibição na UNESP, desde 1999) como as festas  que levou as estudantes a organizarem-se em  coletivos Feministas contra o Racismo e a Homofobia,

Na área da Saúde, varias formas de bulling foram identificadas, a saber: matéria na  Revista Pesquisa  FAPESP,    Carreiras :Ano 21, nº.287, pag. 95-97.

https://revistapesquisa.fapesp.br/2020/01/02/bullying-nas-escolas-de-saude/

Violência Interpessoal e suas Configurações: relação veterano-calouro, trotes e humilhações na Recepção aos novos estudantes que podem se estender durante o curso;

Relação Professor -Alunx : Desencorajamento e exposição relacionada ao desempenho acadêmico de graduando;

Violência Interpessoal e seus Pretextos:

  • Discriminação pela aparência física, modo de vestir ou de falar
  • Discriminação relacionada à classe social e etnia
  • Discriminação sexual e/ou de gênero ; atitudes e comentários machistas, sexistas e homofóbicos

 

 

” Ela Disse”, testemunho de mulheres que sofreram assedio sexual!!!

Megan TWOHEY  e Jodi KANTOR , ” Ela Disse” Ed. Cia das Letras, 2019.

Duas jornalistas norte americanas  após uma investigação minuciosa e cuidadosa devido ao tema – assedio sexual  de  celebridades-  como o  caso do diretor da empresa cinematográfica Miramax,  Harvey Weinstein   colocaram em cena os bastidores de uma  reportagem que deu impulso ao movimento  #Me Too.

O #MeToo foi um tsunami que liberou ondas e águas represadas há dois milênios. O movimento fala por mim, por você, por todas as mulheres que eram tão sufocadas que nem percebiam que assédio era assédio.” – Heloisa Buarque de Hollanda

Mais de 30 mulheres, entre atrizes e funcionarias da empresa,  acusaram o diretor e deram depoimentos  sobre as suas práticas repulsivas . Elas foram conquistando a confiança de dezenas de mulheres, que expuseram os casos de  assédio de Harvey Weinstein e que  fundamentaram a reportagem – furo jornalistico – publicada  em 5/10/2017 sobre os ” padrões de comportamento” utilizados  pelo diretor e homens de sua empresa.

Assim ” um dos homens mais poderosos da história da indústria cinematográfica foi transportado dos quartos de hotel onde atacava mulheres para o banco dos réus —onde deve se sentar em 6 de janeiro de 2020 com a possibilidade de pegar até prisão perpétua se condenado pelos até agora cinco crimes sexuais de que é formalmente acusado. ( Ilustrada, 30/11/2019)  FOLHA de São Paulo

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2019/11/bastidores-de-casos-de-assedio-sexual-em-hollywood-tem-ritmo-de-thriller-em-livro.shtml

Temos agora a publicação do livro de TWOHEY e KANTOR, sobre um tema tão silenciado e ultrajante para  mulheres que enfrentaram e ainda enfrentam o assedio sexual.

 

Dia Internacional da Eliminação da Violência contra a Mulher – 25 de Novembro

As Irmãs  Mirabal, Patria, Minerva e Maria Teresa foram  as mulheres dominicanas que se opuseram à ditadura de Trujilo( 1930-1961) sendo assassinadas nesse dia em 1960.

Rafael Leônidas Trujillo  exerceu plenos poderes  e governou  através de praticas violentas e  de perseguições aos opositores. traduzindo  uma das  ditaduras mais agressiva e duradouras  que levou ao seu assassinato em 1961 pelas forças de oposição,

As irmas Mirabel fizeram parte de um  grupo de oposição denominado ” Agrupación politica de 14 de junio” , sendo  conhecidas como Las  Mariposas . Foram   violentamente perseguidas, presas e  torturadas e  por ordem de Trujillo  . Ao final  de 1960  foram sequestradas e assassinadas, sendo os corpos expostos como simulação de um acidente. Mais de 200 mulheres  morreram devido a violência de gênero  na Republica Dominicana naquele período.

A morte das irmãs gerou uma comoção no país  e  contribuiu para fortalecer ainda mais a oposição que culminou com o assassinato do ditador em 30 de maio de 1961.

Ver o Documentário : Las Mariposas. Las Irmãs Mirabal.

Desde 1981 a America Latina comemora no dia 25 de novembro o dia  contra a violência de gênero.  A ONU  em 1999 declarou a data como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher.

Hoje, ao comemorar a data lamentamos  o alto índice de violência contra as mulheres no mundo global.

Interactivo | La violencia contra la mujer en el mundo

Muchos países no cuentan con legislación específica para abordar la violencia de género

https://elpais.com/internacional/2016/11/22/actualidad/1479813855_877756.html

Proclamou-se a Republica em 15 de novembro de 1889: mulheres não podiam votar

A luta  pelo Sufrágio Feminino no Brasil ganhou destaque no momento da proclamação da Republica ( 15/11/1889) . Jornalistas, intelectuais tinham a esperança que as mulheres iriam finalmente poder votar, o que era condenável pela Constituição Imperial de 1824..

Uma delas , a jornalista Josefina Alvares de Almeida (1851 -1905) , proprietária do  jornal ” A Familia” quando residia em São Paulo  deixou vários registos reivindicando o voto feminino  e diante  da proclamação em 1889,    sua esperança reacendeu :

“Queremos o direito de intervir nas eleições, de eleger e ser eleitas, como os homens, em igualdade de condições. Ou estaremos fora do regime das leis criadas pelos homens, ou teremos também o direito de legislar para todas. Fora disso, a igualdade é uma utopia, senão um sarcasmo atirado a todas nós”, acrescentou Josefina ao editorial publicado poucos dias após a proclamação” ( FOLHA,de 11/11/2019).,

O voto das mulheres no Brasil tem uma longa trajetória seria  vitorioso diante das lutas e conquistas femininas:

Voto facultativo : A partir de 1932, sob Getúlio Vargas, “mulheres podem ser eleitoras, mas voto é facultativo”

Acesso ao Voto:  na  Constituição de 1934,  ao determinar –  “é eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo”

Resultado de imagem para Leolinda Daltro a sufragista

Fonte: https://www.google.com/search?q=Leolinda+Daltro+a+sufragista&sxsrf=ACYBGNR2YCCxa2maM19ioqzugiiuvk8pag:1573506575274&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwim8uHjiOPlAhXgF7kGHR1sA3UQ_AUIEigB&biw=1360&bih=608#imgrc=-kJ-P3xrY6WasM: Acesso em 11/11/2019.

https://www1.folha.uol.com.br/poder/2019/11/mulheres-viram-na-proclamacao-da-republica-chance-de-voto-mas-acabaram-excluidas.shtml

 

Documentário abordando “Narrativas Femininas na cidade de Bauru- Anos 50-70”

Alunas de Jornalismo da UNESP/Bauru  elaboraram  documentário , como trabalho de final de Curso, sobre a trajetória de mulheres , na maioria ” forasteiras” na cidade  de Bauru, centro  urbano do Oeste Paulista que teve um processo de urbanização   destacável  com o entroncamento ferroviário, o  fluxo de migrantes , as fazendas de café,   o comercio alargando horizontes e uma cultura  efervescente através de casa de  noturnas(  Bataclan, Maxin’s cuja fama chegava em São Paulo)  e muitos jornais ,  despertando o  interesse  na  região.

As mulheres entrevistadas vieram de famílias  na maioria rurais, onde ainda o homem era o provedor e detinha o poder de decisão sobre todxs. Elas contaram aspectos de sua historia de vida, conscientes hoje, de que viviam subalternizadas pela família, pelo   casamento e em algum momento , decidiram  tomar a direção de suas vidas  conquistando novos  espaços.

As “mulheres de Conforto “. Uso de violência sexual como estrategias em conflitos armados. Japão e a guerra contra a Coreia.

Uma pesquisa de Graduação em RI,  orientanda pelo Prof. Rafael Salatini de Almeida/UNESP, campus de Marília   abordando  um dos  temas mais controversos : o  uso de violência sexual durante os conflitos armados.

Trata-se do TCC de Ariel  da Sila Parrilha  que tivemos o prazer de participar em 15 de outubro de 2019. .

Tratou-se de uma tema ainda em crise política e internacional. Foi o efeito da  ocupação  da Coreia pelos japoneses ( 1910 – 1945) promovendo uma  violenta exploração da população. Com uma politica assimilacionista infringiu uma guerra politica e de assimilação da cultura coreanas pela japonesa. Um dos crimes mais  graves foi utilizar as mulheres e meninas coreanas  nas ” estacões de conforto” : especie de prostíbulos para uso dos soldados japoneses, sediados nas bases militares.  Após a guerra  as denuncias  desse tipo de crimes hodiernos nos territórios ocupados ainda não tiveram a solução de política adequada..

A matéria da FOLHA de SP de 01/04/2017, “Coreanas expõem ferida que Japão deixou”., nos permite  avaliar os danos deixados  .

As mulheres coreanas, as ” Damas de Conforto”  ainda vivas e octogenárias exigem  ” desculpas de joelhos do premiê japonês”, evocando o famoso gesto de arrependimento feito em Auschwitz  pelo chanceler da Alemanha, Willy Brandt em 1970.

Ver matéria  https://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0104200707.htm

O ” Amor Romântico” perpétua as relações desiguais entre Homens e Mulheres

O antropólogo catalão Jordi Roca, da Universidad Rovira i Virgili coloca relevantes reflexões sobre  a presença do ” amor romântico” que tem perpetuado as relações desiguais entre homens e mulheres  e dos estereótipos da livre eleição dos conjunges ,  e principalmente das suas manifestações extremas de microviolências: Ele conclui ” son los amores que matan”…

LANZA Diario de la  Mancha de 17/10/2019

A Russia descriminaliza certas formas de Violência Domestica : fevereiro de 2017

Na Rússia, milhares de mulheres são assassinadas todos os anos por seus maridos e companheiros. Mesmo assim, em fevereiro de 2017, o governo russo descriminalizou certas formas de violência doméstica,

Documentário ” A Guerra contra as mulheres Russas” trata justamente da violência domestica  . Relatos de varias mulheres que conseguiram fugir e procurar ajuda  nos poucos Abrigos que existem  evidenciam a fragilidade e vulnerabilidade que se encontram.as . O presidente Putin, eleito com a provação de 75% dos votos encabeçou a proposta de lei  colocando centenas de mulheres e crianças na condição de sobreviventes, após atos de extrema crueldade por parte dos maridos. A frase ” Ele te bate significa que Ele te ama”  evidencia a logica do machismo violento existente no país. As mulheres estão vulneráveis diante da justiça  que  não lhes dão apoio. Lamentável situação!!!

Assistam no C anal PHILOS/ NOW ou no GloboPlay.

A imagem pode conter: céu e atividades ao ar livre

Expressões como ” tomara que caia”, “baby doll”, “wife beater ” no mundo fashion!!!

Comportamentos femininos, modas   à serviço do desejo masculino , identificam a presença de  relações assimétricas de poder e gênero( Carol Barreto/UFB).

O uso de pelas de vestuário que ganharam notoriedade como : baby doll( sexualizar a imagem infantil da mulher),  vestido strapless ( que surgiu  em 1946/Balencianga – tomara que caia,  denotava que a peça poderia cair no colo/caicai) , o sapato fuck me pumps ( escarpin de salto alto e bico fin que empina o bumbum da mulher) são recursos da moda para que um homem repare mais nas mulheres? Há uma especie de adestramento social  das mulheres para existir, sexualizar-se  , porém , são  também   das estrategias de poder masculino. A moda reforça essas relações…

Ver matéria JC/Bauru-  Caderno SER “Machismo do mundo fashion”

https://www.jcnet.com.br/noticias/ser/2019/09/695875-machismo–do-mundo——fashion.html