Sexto e sétimo encontros da Roda de Conversa “As Epistemologias do sul e a Violência de Gênero: Queixas, Reclamações – uma Pedagogia Feminista?”

As atividades do segundo semestre de 2021 do Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero continuam! A nossa ação de extensão “As epistemologias do Sul e a Violência de Gênero: Queixas, Reclamações – uma Pedagogia Feminista?” teve seu sexto e sétimo encontros, respectivamente, nos dias 04 e 11 de novembro com a exposição de Vandreza Amante Gabriel, pesquisadora do LEGH (Laboratório de Estudos de Gênero e História) e pós-doutoranda do Programa de Pós-graduação em História na UFSC.  

O livro trabalhado é intitulado Um feminismo decolonial de Françoise Vergès, que nasceu na França e é cientista política, historiadora, ativista e especialista em estudos pós-coloniais. Vandreza apresentou os slides com o fichamento do capítulo I. Definir um campo: o feminismo decolonial e do capítulo II. A evolução para um feminismo civilizatório do século XXI. A autora do livro coloca alguns questionamentos acerca do feminismo como uma das forças motrizes das ideologias de direita, que por muito tempo o ignoraram, mas hoje ganha terreno nos discursos e práticas de manutenção dessa ordem social, econômica e política. Vergès questiona:

Como passamos de um feminismo ambivalente ou indiferente à questão racial e colonial no mundo de língua francesa a um feminismo branco e imperialista? Como os direitos das mulheres se tornaram um dos trunfos do Estado e do imperialismo, um dos últimos recursos do neoliberalismo e a mola propulsora da missão civilizatória feminista, branca e burguesa?

Vergès, 2020, p. 20

Essas inquietações demonstram a necessidade de darmos visibilidade ao processo de construção hegemônica de um feminismo que não atende às necessidades das mulheres plurais, mas contribui com um sistema de opressão, violência e invisibilização, especialmente das que se encontram em posição de vulnerabilidade nas sociedades, como as indígenas e pretas. Portanto, a partir da sua trajetória de escrita e posicionamento decolonial, Vergès clama por aquelas que tem seus corpos, mentes e vidas desgastadas e descartadas. Vamos passar a refletir sobre nosso feminismo? A quem ele serve? Por quem ele é construído? Por que devemos considerar feminismos?

Nossas sessões de debate têm sido muito necessárias como ferramentas de diálogo e reflexão com relação à nossa própria luta, nossos estudos e nossa existência. Fica aqui o registro da importância do trabalho que o LIEG tem realizado nesses últimos anos.