Feminismo Decolonial e “América Invertida”.

Nós do LIEG acabamos de finalizar mais um ciclo de estudos com sucesso!!

Neste semestre trabalhamos alguns artigos do livro “Traduções da Cultura. Perspectivas críticas feministas (1970-2010), UFSC 2017.

Dentre as discussões, destacamos os conceitos de colonialidade de gênero, epistemologia do sul e feminismo interseccional e decolonial. Contamos com a ajuda de mulheres marabilhosas como Breny Mendoza, Avtar Brah e Maria Lugones para entender um pouquinho mais sobre nossa identidade e contribuições enquanto mulheres latino-americanas e assim, elaborarmos nossas próprias proposições teóricas acerca da realidade.

Adotamos uma perspectiva que desterritorializa o conhecimento, descoloniza as teorias e desestabiliza os discursos. MENDOZA, 2010.

E aprofundando nossas pesquisas, conhecemos uma arte chamada “América Invertida” (1943), de Joaquín Torres García, Montevidéu 1874-1949.

“Tenho dito Escola do Sul porque, na realidade, nosso norte é o Sul. Não deve haver norte, para nós, senão por oposição ao nosso Sul. Por isso agora colocamos o mapa ao contrário, e então já temos uma justa ideia de nossa posição, e não como querem no resto do mundo. A ponta da América, desde já, prolongando-se, aponta insistentemente para o Sul, nosso norte.” Joaquín Torres García. Universalismo Construtivo, Buenos Aires: Poseidón, 1941

“América Invertida”, segundo Maria Marmelo (FLUP, 2014) é um poderoso símbolo de afirmação de uma identidade cultural. A obra pode ser vista como uma metáfora: mais do que fazer girar o mapa sobre o seu eixo, o artista propôs que, também na arte, o hemisfério sul se invertesse. […] Desenhar um mapa tem portanto um significado muito mais forte. Como bem sabemos, quem desenha os territórios e cria as linhas imaginárias são os povos vencedores. […] Por isso tudo, América Invertida é uma tentativa de desnaturalização porque contraria os poderes hegemônicos, propõe uma revisão das hierarquias e rejeita os poderes coloniais.

Portanto, para as investigações de gênero, recomendamos e compartilhamos estas nossas descobertas com todes!

 

 

Dia Internacional de “Não – Violência contra a Mulher “- 25/11

Vivemos  a naturalização da cultura da violência, sendo a “violência domestica” um dos crimes que afetam diretamente a vida de milhares de mulheres. O Ligue 180, em 2016, informou que obteve 58 mil relatos de violência domestica, um aumento de 133% frente ao ano passado.  O Data Senado em um pesquisa evidenciou que 27% dos casos  a agressão/agressor não sofrem nenhum tipo de punição ou processo. O medo, o receio  de falar é um dos motivos recorrentes  dai o empenho  dos movimentos sociais e feministas  para organizar discussões que aproximem as mulheres vítimas  desse atos  e as levem a denunciar.

https://www.brasildefato.com.br/2017/11/25/25-de-novembro-e-dia-de-combate-a-violencia-contra-a-mulher/

Democracia e a esperança de uma vida com mais tolerância para com as diferenças!

Não  ficamos  omissxs diante dos  constrangimentos  e das agressões  enfrentadas pela  filosofa  e feminista Judith Butler em sua passagem pelo  Brasil (Seminário  ” Os fins da democracia”- SESC/ Pompéia – SP) .Os defensores da ” ideologia de gênero” evidenciando total ignorância e de forma acrítica, lideraram um movimento que para nós  subverteu a noção da  ética, da dignidade e o respeito pelas diferenças sexuais e da violência de gênero cotidiana  que expõe  o feminicídio com alarmantes  estatísticas. Desconhecem  os pressupostos científicos que autora vem defendendo. desde um dos seus livros lançado em 1989, ” Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade”,( Civ. Brasileira)  onde colocou uma questão primordial:” os significados do masculino e do feminino  são determinados pelas instituições da família heterossexual e da ideia  de nação que impõe uma noção conjugal  do casamento e da família? E continua:   Como inserir famílias queers, travestis que possuem outras formas de convívio e afeto? Sua resposta  vai ao encontro da democracia que defendemos: ” encontramos apoio e afeto através  de muitas formas sociais, incluindo a família que possui  estrutura, significado e formação histórica  que se transformaram ao longo do tempo  e do espaço.

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/11/1936103-judith-butler-escreve-sobre-o-fantasma-do-genero-e-o-ataque-sofrido-no-brasil.shtml

Arqueólogas Brasileiras criaram o Zine Feminista : situações e agressões levam a denunciar

Após vários desafios e casos silenciados arqueólogas brasileiras criaram um Zine Feminista  para enfrentar casos de assedio sexual , constrangimentos no trabalho de campo. Como elas mesma ressaltam  ” Se para você as agressões ficam em campo, para nós elas se prolongam para a vida! Mesmo que as opressões físicas sejam mais facilmente reconhecidas, freqüentemente outras formas são invisibilizadas ou naturalizadas e passam por piada, mérito pessoal, coisa “à toa” e até “cavalheirismo”

É a forma de resistência e de luta  de mulheres cientistas para alertar, e apoiar  estudantes e pós graduandas  que vão  à campo e enfrentam uma seria de situações de  assedio praticados por pesquisadores. Trata-se do espaço acadêmico e cientifico onde as relações de gênero , de poder permanecem colocando as mulheres em situação de subalternidade.

https://arqueologiaeprehistoria.files.wordpress.com/2015/10/souza-et-al-2015-zine-sobre-o-machismo-e-a-arqueologia.pdf

 

 

Por que os índices de desigualdade de gênero despencaram???

Pesquisa realizada pela Fórum Econômico Mundial (WEF)  em entre 144 países evidenciaram uma queda dos índices de igualdade entre homens e mulheres. Foram tomados como critérios .os quesitos: saúde e sobrevivência, participação e oportunidade econômica, realização educacional, e empoderamento político.

O Brasil caiu para o 90ª  no ranking  . Comparado com os demais países da America latina  a Nicarágua manteve a sua 6ª posição.

http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2017/11/1932301-indice-de-igualdade-de-genero-no-mundo-tem-primeira-queda-em-11-anos.shtml

 

Preservando as nossa Igrejas Historicas

Incrível trabalho de preservação do Patrimônio  Histórico e de uma Memória  “monumento” como as  igrejas brasileiras.  Elas traduzem o sentido da crença, porém podemos ir mais longe ao perceber nas construções idealizadas , o sentido da vida, das experiências de indivíduos que as idealizaram . Sua presença nos permite ver os valores e os comportamentos exigidos de uma sociedade de além mar.

igrejas barrocas brasileiras