Há perspectivas de vivermos ditaduras ou estamos vivendo uma onda de desdemocratização?
Um estudo da DeMaX (Democracy Matrix). que avalia itens de Liberdade , Igualdade e Controle Legal em 179 países, desde 1900, demonstra que não houve golpes militares e instalação de Ditaduras formais , mas de regimes Híbridos que mesclam democracia com autocracia.
Segundo Hans-Joachim Lauth ( Professor da Universidade de Wurzburg) , Alemanha a ” democracia estagnou, mas o retrocesso não leva ao surgimento de ditaduras”.
A Índia considerada até então ” a maior democracia do Mundo , perdeu seu status em 2019 , inaugurando um exemplo tipico de de ” desdemocratização”. “Com uma população de 1.366 bilhão de habitantes entrou na rota autocrática com a perda de liberdade religiosa repressão à protestos, violação dos direitos humanos e crise de coalizão com o Judiciário.
Mais de 107 países perderam a qualidade democrática, sendo que o Brasil se encaixa em um dos principais exemplos da onda de desdemocratização, ao lado da Hungria, Turquia e Servia.
Os países considerados pelo estudos como sendo TOPS da democracia são; Dinamarca, Noruega, Suécia, Alemanha, Holanda , sendo os que tiveram maiores perdas de pontos a Bolívia, Sudão, Benin, Nigéria e a Índia.
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2020/09/mundo-vive-onda-de-desdemocratizacao-afirma-estudo.shtml
Projeto Educando para a Diversidade /UNESP convida para Seminário de Debates ” Universidade e Diversidade” : Inscrições abertas
Em breve divulgaremos mais informações sobre a página do evento. Período de inscrições: 10 a 20 de setembro Link s: https://forms.gle/

Inscrições abertas para IV Encontro Nacional do GT de Gênero da ANPUH/SP
Estão abertas as inscrições para participação e apresentação de trabalhos no IV ENCONTRO NACIONAL DO GRUPO DE TRABALHO ESTUDOS DE GÊNERO – ANPUH/SP – Espaços e caminhos dos Feminismos: História, diversidade e resistências.
O evento acontecerá de forma online nos dias 31/11, 01 e 02/12 de 2020.
http://www.inscricoes.fmb.unesp.br/principal.asp
Primeiro romance escrito por uma mulher árabe ” Damas da Lua” vence o Internacional Booker Prize
A autora do livro, Jokha Alharti é originada de Omã, pais da Península Arábica. Seu romance alcançou uma das honrarias literárias de maior prestigio do Reino Unido – o prestigioso Man Booker International Prize.. Intrigada com a sua proposta e o interesse em conhecer um pouco mais sobre as mulheres no mundo árabe comecei a leitura. Ela expõem as tradições quase extintas da região e, faz uso das memorias para criar seus personagens , moradoras e moradores em três gerações de uma povoação fictícia, vila de al-Awafi, próxima a capital, Mascate.
Sua perspectiva de gênero expõe personagens masculinos melhor sucedidos do que os femininos, embora ambos podem sair derrotados em suas empreitadas. .
O passado e o presente contemporâneo circulam em sua narrativas, e dentre dentre os 30 personagens, sendo a maioria mulheres, a feminilidade é representada e ajustada às mudanças politicas, econômicas e culturais do país. Ela observa à todxs e capta as emoções e as subjetividades de cada um , a partir de vários ângulos que expressam situações distintas diante da vida. Ela mesma ressaltou:” a felicidade e completamente diferente de pessoas a pessoa”.
A ficção se aproxima da realidade com uma linguagem apropriada que nos toca e nos faz participar da jornada.
https://mundohype.com.br/damas-da-lua-de-jokha-alharthi-fala-sobre-o-oma-moderno-e-as-perdas-e-amores-de-uma-familia/
Quarta-feira, 05/08/2020, live sobre Cultura, Violência de Gênero e Feminismo com a Profa. Dra. Lidia M.V.Possas, coordenadora do LIEG – Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero – UNESP/Marília
Universidades Inglesas : Chegou a hora de rever seus processos de reclamação por má conduta sexual para proteger seus alunos!!!!
As Universidade da inglaterra diante da Ementa de Lei das Relações Raciais ( 2000) que exigiu que todas as instituições do setor público elaborassem planos de ação sobre a igualdade racial e outras leis que vieram – Lei da Igualdade ( 2010)- exigindo que políticas diversas confluíssem para um documento: o Plano Único de Igualdade.
Essa regulamentação levou as Universidades a contratar agentes de diversidade para implementar estratégias e ações que viessem enfrentar as questões de Raciais e de Gênero.
https://www.theguardian.com/education/2020/mar/13/universities-traumatise-student-sexual-misconduct-survivors-by-mishandling-cases
Segundo Sara Ahmed, em seu livro Vivir una Vida Feminista, 2018 ela narra a experiência que enfrentou na Universidade de Goldsmith, como uma das contratadas e não foi positiva, o que a levou a pedir seu desligamento do cargo que exercia, justamente para dar suporte à politica de enfrentamento da Diversidade e o Assedio Sexual. .
O trabalho com a diversidade é descrito, por ela, como uma sensação de enfrentar algo que não se move; é sólido e que bloqueia os esforços, embora as tarefas sejam o cobradas .( ela se apoia na imagem de um muro de tijolos que todos os dia é preciso enfrentar e bater a cabeça.). Reforça que : Existe o desejo da instituição de institucionalizar a diversidade porém propor a ideia não significa que ela esteja receptiva. Muitas vezes o que foi proposto não funciona sendo preciso averiguar e constata-se que há mecanismos que impedem a transformação do sistema. Ela descreve como um “trabalho de fontenería institucional ( enganamento institucional) “ ( AHMED, 2018, pag. 139)
Students attempting to report staff sexual misconduct have found that the process was lengthy, traumatising, and ultimately failed to keep them safe. 9Photograph: Astrakan Images/Alamy Stock Photo/Alamy Stock Photo Tradução livre: “Os estudantes que tentaram denunciar a má conduta sexual dos funcionários descobriram que o processo foi demorado, traumatizante e, finalmente, não conseguiu mantê-los seguros.)https://www.theguardian.com/education/2020/mar/13/universities-traumatise-student-sexual-misconduct-survivors-by-mishandling-cases
No Brasil .enfrentamos uma situação semelhante e com muitas resistências. O Sistema de Cotas sistema de cotas tornou-se conhecido em meados dos anos 2000, inicialmente pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),. enda esta a primeira universidade do país a criar um sistema de cotas em vestibulares para cursos de Graduação e pela Lei nº 12.711/2012, veio a exigência de “ reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. As cotas raciais so foi implantada em 2014, diante dos movimentos sociais e do feminismo negro.
Ainda há muito que lutar para que todxs e todes tenham o lugar como cidadãos na Unvresidade Pública Brasileira.
Estudos de Gênero em Tempo de Epidemia./LIEG – Livro de Sara Ahmed .
O LIEG – UNESP prossegue com as atividades programadas neste 1º Semestre/2020, com a leitura do livro de Sara AHMED, Vivir una vida feminista, Barcelona , 2018.. .
A autora atualmente trabalha em centros e institutos sobre mulheres e feministas, na Inglaterra, desde a decada de 90, colaborando também com universidades americanas, Em 2016, renunciou ao cargo de Diretora do Centro de Pesquisa Feminista da Goldsmiths College, em Londres em protesto à denúncias de Assédio Sexual de estudantes, que não foram levadas à contento,
Em seu bloc deixou uma questão que vem ao encontro de nossas preocupações feministas do LIEG, sobre a Violência de Gênero, os abusos de poder no espaço acadêmico onde segundo a Ahmed há indiferença das instituições e o papel de outsider de quem denuncia:
“ O que acontece quando alguém de uma instituição reclama de más práticas, violação de direitos ou abuso de poder? Nesta palestra, a escritora feminista Sara Ahmed explorou o como aprendemos sobre abusos de poder por parte de quem faz reclamações sobre esses abusos. Ela considera como fazer uma reclamação e essa pessoa que reclamam acabam atrapalhando a felicidade institucional. Fazer uma reclamação também requer se tornar um mecânico institucional: você precisa descobrir como obter uma reclamação através de um sistema. A palestra explora como é difícil desvendar as experiências que levam à reclamação e as experiências de reclamação, e reflete sobre o papel das redes e intimidação”
Bloc de Sara Ahmed – https://www.saranahmed.com/
A reunião ocorrerá no dia 21/05 com a participação da Drª Gabriella Marques, docente da Universidade Estadual de Santa Catarina/UDESC, para debatermos o Capítulo 2 – De cómo nos dirigen. In: AHMED, Sara. Vivir uma vida feminista., p. 69-95.
Divulgaremos o link da Reunião n no dia 20/05.
LIEG/UNESP- Grupo de Estudos abordando tema “Gênero e Feminismos em Tempo de Epidemia”. Autora Sara Ahmed ” VIVA UMA VIDA FEMINISTA”, 2018. Cap.1.Fazer-se feminista p.41-67.
Na semana de 11-16/05, o LIEG terá o prazer de ter como nossa convidada,a Profª. Drª Joana Maria Pedro/UFCS para debater conosco o Cap.1 – pag. 41-67., do livro de Sara Ahmed.
Dia: 14/05/²020 ás !4:30hs atraves do Google Meet. Enviaremos o link .
Profª Joana Maria Pedro e professora titular da Universidade Federal de Santa Catarina. Fez pós-doutorado na França, na Université d’Avignon, entre 2001 e 2002, e também nos Estados Unidos, na Brown University entre 2016 e 2017. Desempenhou as funções de Diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas entre 1996 e 2000 e foi Pró-Reitora de Pós-Graduação entre 2012 e 2016. Atuou como Presidenta da ANPUH/ Associação Nacional de História na gestão 2017-2019. Atua como professora permanente do Programa de Pós-Graduação em História e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC. É também pesquisadora do IEG – Instituto de Estudos de Gênero www.ieg.ufsc.br e do LEGH /Laboratório de Estudos de Gênero e História http://www.legh.cfh.ufsc.br/
Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil República, atuando principalmente nos seguintes temas: feminismo, gênero, relações de gênero, história das mulheres, memória, história oral, história do tempo presente e história comparativa. É pesquisadora 1A do CNPq.
A nossas autora Sara AHMED:
A autora nasceu em Salford, Inglaterra. Seu pai é paquistanês e a mãe inglesa. Viveu com sua família em Adelaide, na Austrália, desde o início dos anos 1970, onde alcançou seu primeiro diploma
na Adelaide University.
Realizou seu doutorado no Centre fo Critical and Cultural Theory, Cardiff University. Os temas-chave de seu trabalho são: migração, orientação, diferença, estranheza e identidades mistas. Trabalhou no Institute for Women’s Studies at Lancaster University, de 1994 até 2004. Em 2004, foi nomeada para o Departamento de Mídia e Comunicações da Goldsmiths College, University of London, e foi diretora inaugural do Centre for Feminist Research, criado para consolidar a história feminista da Goldsmiths.
Em 2016, Ahmed renunciou ao cargo em Goldsmiths em protesto contra o assédio sexual de estudantes por funcionários de lá, mas continuou seu trabalho como teórica independente. Atualmente, ela mora nos arredores de Cambridge com sua companheira, Sarah Franklin, que é acadêmica na University of Cambridge Sara Ahmed nasceu em Salford, Inglaterra.
( Cap.1 – Fichamento apresentado por Morgani GuzzoLEGH/UFSC, em 06/05/2020 )
LASA 2020- Améfrica Ladina: vinculando mundos y saberes, tejiendo esperanzas, 13 -16 de maio Maio.
O Congresso da Lasa 2020, será online!!!
A expressaõ ” Améfrica Ladina é da antropóloga brasileira Leila Gonzalez ( 1935 – 1994)
A Améfrica Ladina pretende dar um passo na mesma direção da designação Nuestra América, no lugar de América Latina, que sublinha a latinidade da região, isto é, seus vínculos com a Europa, e oculta ou deixa de lado a participação de outros povos nesse processo, tais como os ameríndios e de origem africana. A expressão Améfrica Ladina, cunhada pela intelectual afrobrasileira Lelia González, busca viabilizar explícitamente a presença dessas populações e das populações mestiças no projeto social da Nuestra América e reivindicar essa herança plural da qual fomos despojados.
Por que “vincular mundos, saberes e disciplinas” e “tecer esperanças”? Em primeiro lugar, porque as marcadas tendências conservadoras, excludentes, misóginas e racistas que caracterizam essa recente “guinada para a direita” que enfrentamos em nossa região exigem um grande esforço conjunto intelectual e político para serem explicadas e desafiadas. Em segundo lugar, porque a racionalidade neoliberal, que espalha os valores do mercado a cada esfera da vida, fragmentou e rompeu o tecido social da região e o reconhecimento de uma humanidade comum, aumentando a desigualdade de classes, gênero, etnia e cor da pele. E, em terceiro lugar, porque, neste contexto, precisamos proporcionar a possibilidade de se pensar e interpretar diferentes modos de vida coletiva e gerar diversas práticas colaborativas de produção do conhecimento.
Diante da constatação dos efeitos dessa direitização do continente e do desalento que se produz e se generaliza, vale a pena voltar nossa visão e nossas expectativas aos ensinamentos trazidos por muitas lutas concretas e cotidianas dos que se encontram próximos da Améfrica Ladina, a fim de dar sustento à vida coletiva e individual, humana e interespécies, preservando-a, reparando-a e a prolongando. Eles e elas entretêm vínculos sociais, praticando os princípios de solidariedade, cuidado mútuo e compartilhamento recíproco. Mas em que medida essas experiências incidiram sobre as políticas públicas, ou foram escutadas essas vozes nos órgãos de decisão política?
Sob a perspectiva que abre o projeto da Améfrica Ladina, os “estudos latinoamericanos”, junto a outras formas de pensamento escoradas nas lutas pela despatriarcalização, pela emancipação e pela descolonização, podem responder de novas maneiras a perguntas específicas e a necessidades tanto intelectuais como materiais da região.
O Congresso LASA2020 convida a tomaremse alguns passos nessa direção; vinculando de modo cada vez mais estreito o legado intelectual internacional às realidades e experiências “ladino-amefricanas”; encorajando uma análise profunda da estrutura e dinâmica de poder e dominação que inclua o comunicacional, o midiático e os contrapúblicos das redes sociais; fomentando os debates horizontais e interdisciplinares entre os estudiosos latinoamericanos, junto aos movimentos sociais; incorporando os académicos que trabalham sobre a América Latina e se comunicam principal ou exclusivamente em inglês, em condição de igualdade, isto é, sem uma voz privilegiada ou dominante; promovendo uma participação maior de intelectuais indígenas e afrodescendentes (mulheres e homens) em todas as seções; melhorando as oportunidades para que esses intelectuais participem das diferentes atividades acadêmicas promovidas pela LASA.
Precisamos entrelaçar mundos e saberes que abordam o mesmo problema a partir de perspectivas e ângulos diferentes, cuja separação foi acentuada pela lógica de mercado e pelas tendências políticas direitizantes. É necessário tecer esperanças, intelectuais, sociais, ecológicas, políticas e culturais para avançar pelo caminho sinuoso de busca de um futuro sustentável no qual a Améfrica Ladina tenha relações de sobrevivência e reexistência para compartilhar.