LIEG inicia atividades de 2020

O LIEG – Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero, ligado à UNESP/Marília, inicia suas atividades de 2020 com o Grupo de Estudos “Gênero e Feminismos em tempo de epidemia”. Os encontros serão às quintas-feiras, às 14h30, a partir da plataforma Google Meet. Quem tiver interesse em participar, entre em contato conosco!

Dissertação ProfSocio Mestrado Profissional em Sociologia aborda o tema Jovens Negras na Sala de Aula – UNESP

Aposto  na nova geração de pesquisadoras, à exemplo da  professora de Ensino Medio/SP,   Mariana Alves de Sousa , negra,  aluna do Mestrado Profissional em Sociologia – PROFSOCIO_ da UNESP, campus de Marília.

Foi gratificante orientá-la  em sua pesquisa  em parceria com a Profª. Valeria Barbosa/UNESP.  Trabalho  de certa forma pioneira  onde assume o lugar  do seu discurso e identidade de gênero . A dissertação é intitulada :” CAMINHOS PARA PROMOVER O RECONHECIMENTO DA NEGRITUDE FEMININA POR MEIO DO ENSINO DE SOCIOLOGIA” .

Com um tempo  exíguo para cursar as disciplinas obrigatórias do Curso , lecionar,  realizar as leituras indicadas, além de  fazer uma minuciosa  pesquisa de campo  na escola onde trabalha.. De fato uma empreitada digna de mérito.  Como sua orientadora fiquei impressionada como tratou de maneira  atenta  e  correta a discussão teórica  com xs autorxs ( ver referencias)  de várias nuances onde  gênero e a  interseccionalidade foram  ferramentas de análise muito bem conduzidas.

Aprovada com distinção pela Banca , realizada através do Hangout/Google  no dia 30 de março de 2020 demonstrou como o acesso  à informação científica associada a um  trabalho empírico/etnográfico  fornecem  as condições necessárias para que  um nova geração  de mulheres possa alçar  o espaço  intelectual e o mundo  acadêmico.

Deixarei em Anexo o Power Point de sua Apresentação para a Banca .

Mariana Alves de Sousa- PROFSOCIO – UNESP

Jovens negras e a sala de aula2[4284]

A Biografia de Freud mais recente, pela psicanalista francesa Elizabeth Roudinesco, 2016.

Após assistir o seriado  Freud, lançado pela  NETFLIX, nessa semana, fiquei intricada com a proposta:  o psicanalista, ainda nos primórdios de sua carreira, na Viena de 1886,  assume um  protagonismo como medico neurologista  e  também  perito  em desvendar  crimes  sexuais através de sua intuição e  experiência  com a hipnose  associada a  busca de razões no inconsciente. Para ele cada um vivia com conflito com  uma força interna que os movia  e os faia agir através de   comportamentos “ irracionais”.  Como pacientes eram  tratados  como loucos  pela Academia Médica, vienense.

O psicanalista enfrenta um contexto  de conspiração, de disputas  políticas e da febre  nacionalista durante o período do  Império Austro –Húngaro que existiu entre  1867 a 1918, quando sucumbiu diante das forças da 1ª Grande Guerra. ,

Freud , diante dos assassinatos sexuais,  conspiração palaciana  e de cerimônias satânicas, entendidas como um misto de ciência, feitiçaria, ocultismo e práticas tenebrosas de aliciamento , sai em busca de entendimento e explicação para os inúmeros crimes. Nesse momento a sociedade vienense, principalmente a aristocracia falida e uma burguesia em ascensão  estavam “ tão concentradas na  introspecção que não soube antever a I Guerra Mundial, nem a irrupção do nacionalismo, nem a miséria do povo que a rodeava”( Roudinesco, 2015)

Para compreender um pouco mais sobre a figura do Pai da Psicanálise,  busquei  as biografias publicadas. Entre algumas com  controversas discussões   sobre a personalidade do médico e seus vícios, encontrei a obra da psicanalista e historiadora  Elizabeth Roudinesco,  também professora na École Pratique des Hautes Études.  Ela foi responsável por escrever o roteiro, para a televisão, do documentário Sigmund Freud, a invenção da psicanálise (com E. Kapnist, 1977), exibido no Brasil pela GNT.

Seu livro Freud en Son Temps et Dans le Nôtre/ “Sigmund Freud no seu tempo e no nosso, foi publicada pela Editora ZAHAR, 2016,   me pareceu ser elucidativa pela entrevista que ela  deu ao jornal EL Pais: Élisabeth Roudinesco: “Freud nos tornou heróis das nossas vidas

https://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/02/cultura/1441210297_491115.html,/setembro/2015.

A historiadora e psicanalista francesa Élisabeth Roudinesco.

Marcha das Mulheres – 8 de Março . O avanço das convenções de gênero, porém com presença de ” jaulas” simbólicas.

Feministas  no mundo comemoraram o Dia Internacional da Mulher  através de ” marchas”  que ocuparam o espaço publico de forma contundente e  representativa de  culturas diversas, demandas distintas , porém uníssonas contra o ” jugo” misógino e patriarcal que promove a violência em todos os sentidos. Cada vez mais temos acesso às imagens que comprovam as resistências femininas e a luta nn defesa doss  direitos cidadãos..

Marcha das mulheres brasileiras defenderam  bandeiras  múltiplas contra a violência física, psicológica, simbólica e de identidade de gênero , ampliando com  o propósito politico  para a critica do  “ desgoverno” atual com o cerceamento de direitos das trabalhadoras  e por efeito a restrição da democracia  em vários aspectos.

A articulista  Vera Iaconelli ( da FOLHA e Doutora em Psicologia /USP) aproveitou a efeméride  para e enfatizar  as mulheres  e suas  lutas  não só contra uma pretensa feminilidade,, mas pensar  a data   e “sair da jaula e lutar, não importando qual seu gênero”.  Ressalta como as mulheres  que   ” Trabalham gratuitamente como cuidadoras dos filhos, maridos, pais, sogros às expensas do trabalho remunerado, no qual recebem  menos realizando as mesmas tarefas que os homens.E sintetiza a fala : Quanto mai elas assume que “não é não” —sob um governo que promove o machismo— mais aumentam os casos de estupro e feminicídio”. ( .FOLHA, 10/032020 – Colunas e Blocs)

.https://www1.folha.uol.com.br/colunas/vera-iaconelli/2020/03/dia-das-mulheres-e-dia-de-que.shtml

Aproveitando a temática Iaonelli  chamou  a minha atenção para o evento científico – 49ª Jornada da Escola da Causa Freudiana, que  ocorreu na França em 2019. O convidado palestrante: Paul B. Preciado, filósofo, escritor e autor  do texto  Junkie”, publicado em 2008, onde relata ” sua experiência com a autoadministração de testosterona para transitar para o gênero masculino”, tomou a palavra   assumindo seu lugar de fala  , como intelectual trans e durante a sua explanação   circulou entre a provocação e uma fina ironia deixando a plateia incomodada  ao  denunciar que há  dificuldade em assumir que existem diferentes formas de viver a relação com o corpo, com o desejo e com as convenções de gênero bem distantes da patologia. E para tanto explicitou inciou :: ..“Falo-lhes, hoje, desde essa jaula elegida e desenhada, do homem trans, do corpo de gênero não binário.”https://www1.folha.uol.com.br/colunas/vera-iaconelli/2020/03/dia-das-mulheres-e-dia-de-que.shtml

Reforço essas frases  para refletir um pouco mais sobre o Dia Internacional da Mulher. Reconheço que houve avanços das convenções de gênero, embora as praticas  mantêm as ” jaulas” que definem pessoas e estrangulam sua forma de viver . Pessoas  gays, lésbicas e trans , já saíram dos armários. Para que?  A jaula simbólica permanece excluindo e violentando direitos.

O estupro não é um ato sexual, é de poder, de dominação’: a antropóloga argentina Rita Segato

Segato nos inspira a pensar mais profundamente sobre o Assedio Sexual, o Estupro , o Machismo  e a Violência de Gênero.

Para a compreensão  da sociedade latino americana onde a violência de gênero  tem sido a tônica para a explicação dos altos índices de feminicídio: cito como exemplo  a  cidade de São Paulo em 2019, onde o índice cresceu para 154 casos entre janeiro e novembro, comparada as 134 ocorrências de 2018 .( G1, São Paulo, de 6/01/2020)

A antropóloga tem sido pouco compreendida quando afirma que “ O estupro não se baseia em um desejo sexual, não é a libido descontrolada de homens, não é porque sequer é um ato sexual. É um ato de poder, de dominação, é um ato político. Um ato que se apropria, controla e reduz as mulheres por meio da apreensão de sua intimidade.”

“O Estado opressor é um macho estuprador / O Estado opressor é um macho estuprador / O estuprador é você / O estuprador é você.”   Versos que foram incorporados como um hino  feminista mundial: “Um estuprador no seu caminho”, a música e a coreografia que nasceu no Chile e percorre praças de todo o mundo .

A autora prossegue  e  vai além  ao questionar  o pensamento  feminista quando diz  “que a violência de gênero é um problema de homens e mulheres”, e que não devemos  apontar o ” empoderamento das mulheres” como o elemento principal da violência de gênero, mas ” uma consequência da precarização da vida, da economia, de não pode se educar mais, ler mais, ter acesso a diversas formas de bem-estar”

.http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/579340-empoderamento-e-um-instrumento-de-luta-social

Rita Segato tem dado varias entrevista e publicado os resultados de suas pesquisas realizadas em vários países , inclusive no Brasil, quando analisou a questão da masculinidade nos presídios de Brasilia.

A entrevista dada pra o G1, Mundo esclarece pontos de vistas que a autora tem defendido. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/12/21/o-estupro-nao-e-um-ato-sexual-e-de-poder-de-dominacao-diz-rita-segato-a-feminista-que-inspirou-o-estuprador-e-voce.ghtml
 Os trabalhos da antropóloga argentina Rita Segato serviram de inspiração para o hino feminista que nasceu no Chile — Foto: Getty Images via BBC

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Os Coletivos Estudantis e a Universidade : entre politica e desejos. As resistências são ampliadas .

Os coletivos  estudantis e suas propostas  vem provocando ações e e provocações publicas que  marcam lugares, Suas  lideranças pretendam ser representantes de identidades e especificidades de grupos e sujeitos de classe, de cor e de sexualidade. Muitas vezes sua existência é provisória em razão do modo como a organização política tem se dado no contexto da universidade.

Marcado pela transitoriedade, a continuidade da existência dos coletivos a longo prazo tem a ver com a reunião em torno de objetivos de luta comuns de um grupo de pessoas. Mesmo com mudanças de nomes e de componentes muitas pautas ainda se mantém em torno de interesses de afirmação política identitária na universidade ou, ainda, como espaço de produção de ações alternativas à construção de saberes no cotidiano acadêmico (pela arte, pela cultura ou ou epistemes dissidentes da tradição científica acadêmica).

Vejam no site Educando para a Diversidade, projeto UNESP/Santander e  o  Mapeamento realizados  das distintas iniciativas inclusivas na UNESP :.

  • Gênero e Sexualidade / LGBT+
  • Empoderamento Feminino / Feminismo
  • Educação / Inclusão / Escola Pública
  • Acessibilidade / Deficiência / Educação Inclusiva

https://educadiversidade.unesp.br/

São Paulo registra em media um caso de estupro dentro de escolas por dia

A policia de São Paulo  registrou em 2019 , uma media de um estupro e/ou uma tentativa de estupro por dia nos espaços escolares públicos e privados — incluindo berçários.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, de janeiro até outubro de 2019 há registros de 307 ocorrências do gênero.

A maioria dos casos envolve crianças de 0 a 11 anos como vítimas: 191 deles.

Na faixa etária entre 12 e 17 anos, foram 77….

 

https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/02/05/sao-paulo-registra-em-media-um-caso-de-estupro-dentro-de-escolas-por-dia.htm?cmpid=

I Congresso Nacional a Mulher e o Mundo do Trabalho. UNESP – Marília , 16 -19 março de 2020

 

O “I Congresso Nacional a Mulher e o Mundo do Trabalho: os desafios da mulher no contexto histórico atual” objetiva reforçar o debate intelectual entre academia e sociedade em torno da temática da condição social da mulher e seu papel enquanto sujeito social ativo em diferentes áreas de interesse, como a acadêmica, política, jurídica e feminista.

O Congresso é organizado pelo Grupo de Pesquisa Cultura e Política do Mundo do Trabalho (CNPq) e pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (CAPES) da UNESP-FFC.

O  evento se desenvolve em torno de temas  relevantes  na área das Humanidades e afins, problematizando o mundo moderno na atualidade e suas tantas contradições.

O formato será constituído por mesas de apresentação de trabalhos e debate público com mulheres especialistas nas temáticas, acadêmicos, professores e movimentos sociai

 

 

 

 

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Bulling, pratica de violência interpessoal na Graduação e Residencias medicas: relação de poder e opressão

Pesquisas recentes tem evidenciado a presença de praticas de violência de Gênero com diversos recortes e interconexões de raça, classe, sexualidade.

Uma tema que veio à tona foi o ” Bullying”,. nos curso de Graduação e  Residencias medicas em nossas Universidade. 

As ações mais comuns diagnosticadas foi: o assedio verbal ( 80%) e o assedio sexual( 5,3%) causando esgotamentos, depressão e quando mais radical,  a evasão escolar.

As tensões e os casos de violência interpessoal  e de assedio sexual na Academia vem sendo divulgados por pesquisas –  como a  que o Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero  /LIEG- UNESP   desenvolveu abordando a temática Sobrevivência(s) e  violência de gênero no espaço acadêmico:  avanços, ambiguidades e  perspectivas( 2017-2019).  Essa pesquisa demonstrou a presença de trotes violentos, apesar da proibição na UNESP, desde 1999) como as festas  que levou as estudantes a organizarem-se em  coletivos Feministas contra o Racismo e a Homofobia,

Na área da Saúde, varias formas de bulling foram identificadas, a saber: matéria na  Revista Pesquisa  FAPESP,    Carreiras :Ano 21, nº.287, pag. 95-97.

https://revistapesquisa.fapesp.br/2020/01/02/bullying-nas-escolas-de-saude/

Violência Interpessoal e suas Configurações: relação veterano-calouro, trotes e humilhações na Recepção aos novos estudantes que podem se estender durante o curso;

Relação Professor -Alunx : Desencorajamento e exposição relacionada ao desempenho acadêmico de graduando;

Violência Interpessoal e seus Pretextos:

  • Discriminação pela aparência física, modo de vestir ou de falar
  • Discriminação relacionada à classe social e etnia
  • Discriminação sexual e/ou de gênero ; atitudes e comentários machistas, sexistas e homofóbicos

 

 

União Europeia anuncia Estratégia para a Igualdade entre Homens e Mulheres

Matéria da jornalista portuguesa Ana Cristina Pereira publicada no site Público anuncia que a União Europeia deve adotar ainda este ano o projeto Estratégia para a Igualdade entre Homens e Mulheres. O texto afirma que Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciou que a proposta pretende abordar a forma como as leis influenciam nas decisões das mulheres no decorrer de suas vidas, a exemplo de casar, ter filhos e a carreira, entre outras escolhas.

https://www.publico.pt/2020/01/22/mundo/noticia/vem-ai-estrategia-europeia-igualdade-genero-1899584